sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Aos 56 anos, uma doce vida para Cícero.

Andando de carro pelas ruas de São Paulo, como fazia todos os dias, Kauê encontrou um senhor sem as duas pernas, sentado na calçada pedindo esmola. Tocado com a situação, ele viu que ao lado do homem tinha um carrinho adaptado (como o de rolimã que brincava em sua infância). Naquele momento, ele resolveu parar o carro, descer e perguntar ao senhor o que poderia fazer por ele. A primeira ideia foi conseguir, ao menos, uma cadeira de rodas. E sincero, o senhor respondeu: "Eu tenho uma cadeira de rodas na cidade de onde eu vim, Arapiraca (Alagoas). Mas, São Paulo não está preparada para cadeirantes, não dá pra andar sozinho sem ajuda. Depender dos outros é complicado. Por isso,  eu mesmo fiz esse carrinho, pois consigo me arrastar por aí e consigo subir calçada e entrar em ônibus”.


Cícero Virgínio da Silva nasceu em Arapiraca, há 56 anos. Desde cedo começou a trabalhar na usina de cana de açúcar. Aos 20 anos sofreu um acidente que tirou suas duas pernas. Segundo ele, sem entrar muito em detalhes, um dos caminhões o atropelou e ele acabou perdendo as pernas. "Chegou um momento da minha vida onde eu tive que decidir viver ou me entregar". E ele optou por viver.
Hoje em dia ele está aqui em São Paulo e vive, basicamente, de esmolas. Fica hospedado em um hotel no Largo da Concórdia, na região do Brás e paga R$ 20 pela diária e outros gastos que ele tem é com roupas (paga R$ 1,50 para que uma mulher lave as suas roupas) e com comida.
Mas, o que ele quer mesmo é voltar para Arapiraca, onde tem uma casinha, construída com a ajuda de vizinhos. Com esperança nos olhos, ele relata o seu sonho: Revender sorvete em sua cidade natal. Como teria dificuldade em arrumar um ponto, financiou lá em Arapiraca um carro usado (com o dinheiro da aposentadoria) e sonha em sair vendendo sorvete de porta em porta, com a ajuda de um sistema de som, como antigamente.
Habilidoso, planejou uma alavanca para a embreagem, assim ele gira a alavanca e aciona a embreagem para a troca de marcha. Como a perna direita ele tem até quase o joelho, usando uma perna mecânica ele conseguiria acelerar ou brecar.
Cícero só está em SP para juntar o dinheiro para comprar a mercadoria inicial para começar a venda de sorvetes em Arapiraca. Todos os dias ele fica no mesmo local pedindo esmola, dia após dia na esperança de poder ter uma vida melhor e sair daqui, já que sente saudades de sua esposa e filhos.
Ele disse que tem um freezer lá na casa dele, velhinho, mas que dá conta do recado. O plano é armazenar os sorvetes em casa (potes grandes de sorvete de massa), separar em potinhos pequenos, colocar em um isopor que caiba no porta-malas do carro e sair vendendo pelas ruas.
Essa é a Jornada de Cícero. Você pode ou conhece alguém que possa ajudar? Se conseguíssemos, ao menos a mercadoria inicial (potes de sorvete), temos a certeza que o senhor Cícero seguiria seu caminho mais feliz e por que não dizer, mais doce.
Se você sabe como ajudar o senhor Cícero, mande um email pra gente no:
Com muito amor e profunda gratidão!


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